Por Rocker
Recentemente eu tenho andado um bocado distante do jogo, de forma que só tenho recebido notícias com relação aos resultados dos meus amigos em campeonatos e coisa do tipo.Claro, tenho acompanhado artigos... os spoilers... mas nada se compara a possibilidade de estar jogando eu mesmo, e acompanhando de perto o ambiente mudar.
Sendo assim, fica difícil escrever sobre a nova tech do momento para o monored, sobre como utilizar eficientemente a sua nova Liliana, ou mesmo sobre qual será a boa do novo ambiente pós-innistrad.
Assim sendo, o que posso fazer é escrever sobre uma coisa com a qual tenho entrado muito em contato: subterfúgio.
Aaaaaah, escuto o tempo inteiro as mais variadas formas de subterfúgio...
Acredito que todo mundo se depare com esse tipo de coisa. Algumas vezes são até razões
legítimas! Mas quão legítimas?
Tenho um amigo com quem jogo com freqüência cujo nome vou omitir para preservar sua identidade... Vou chamá-lo de “João”!
Quando o Joãozinho ganha suas partidas, foi por causa daquela grande escolha que fez, porque escolheu não anular aquela spell chave, porque esperou pra dar o removal, porque escolheu bem seu sideboard... enfim!
Já quando o João perde...
“Eu ziquei mana” “Que sorte! Se não fosse aquele topdeck!” “Se eu não tivesse pegue aquele
monored...” “Mulligan a 5 também não dá, né?”
Antes de tudo, observo que essas são razões deveras legítimas para perder de vez em quando sim... Mas elas não vem do nada! Para cada uma dessas afirmações, existe uma resposta...
“Você poderia ter jogado com mais terrenos, ou mulligado aquela mão de 2 lands” “Você sabia que essa carta existe no ambiente e poderia ter jogado em volta dela” “Você sabia que esse tipo de deck é uma presença recorrente no ambiente” “Você poderia ter esperado e usado mais eficientemente as suas mágicas, não?”
Mas todas as vezes que eu contra-argumento com o João, ele não me escuta.
Para ele, nenhuma derrota acontece por culpa dele...
Claro, zica de mana acontece até com os melhores... Mas quando você compra as suas 7 iniciais com 2 ilhas e 5 spells brancas e fala “eu keepo”, você está colocando todo o seu esforço em transformar um deck eficiente em lixo. Está desperdiçando todo o treino que você e/ou sua equipe dedicaram e jogando tudo nos braços da sorte!
E pode funcionar! Esse pode ser o seu dia!
Mas e quando não for?
Mas a sorte não faz parte do jogo?
Com certeza, eu diria. Agora o percentual de importância que a sorte constrói dentro das nossas chances de ganhar, depende única e exclusivamente de nós mesmos.
A sorte pode influenciar muito ou pouco seu jogo... e minimizar essa influência é o que fazem os maiores jogadores do mundo. É só olhar o sucesso dos decks que proporcionam ao piloto o maior numero de escolhas/respostas possíveis, leia-se: controls. Esse tipo de deck deixa pouquíssimo espaço para a sorte e abre espaço para o raciocínio e as escolhas!
(Antes que me apedrejem, não estou afirmando que todo aggro/combo é baseado unicamente na sorte... estou dizendo que o numero de escolhas diferentes que se pode fazer com um control diminui o papel da sorte na vitória)
Magic é um jogo feito de escolhas, e isso é o que o torna tão interessante.
Sei que infelizmente não podemos evitar com 100% de eficiência a zica de mana ou o landflood... mas podemos nos aproximar.
E se essa perfeição é inatingível, por que não começar a pensar onde realmente podemos mexer? Onde realmente fazemos diferença?
Quando seu oponente passa o turno, e você tem 4 lands desviradas e na mão “Boomerang, Brainstorm, Recoil e Fact or Fiction” que carta você usa?
Será que sempre temos consciência de que essa poderia ser a decisão mais importante da partida? Aquela que vai definir o jogo? ESSE tipo de escolha está no nosso poder. Zicar, ou não, mana não está.
Então vamos parar de culpar a nossa amiga sorte pelos resultados medíocres que às vezes
colhemos em jogos...
Pensem nas escolhas que fizeram durante o jogo. Pensem o quão corretas foram. Assim sim, você estará tentando abrir espaço para a melhora.
Ou culpe a sorte mesmo... Mas garanto que pés-de-coelho e ferraduras são bem menos eficientes que treino e esclarecimento.
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